Cerca de 700.000 crianças estão a perder o acesso à educação pelo terceiro ano letivo consecutivo, um golpe profundo no seu desenvolvimento e futuro. Embora a UNICEF e parceiros tenham estabelecido cerca de 90 centros de aprendizagem temporários, estes não substituem a educação formal.

Quando questionadas sobre o que mais desejam fazer após o fim da guerra, a resposta da maioria das crianças é simples: "quero estar na escola".

A crise educacional é acompanhada por uma crise de saúde alarmante.

A desnutrição e a fome estão a enfraquecer os corpos das crianças, com mais de 124 mortes infantis por esta causa já registadas.

A porta-voz da UNICEF, Tess Ingran, descreveu os hospitais com "salas de espera cheias, pais em lágrimas, crianças a lutar contra o duplo golpe da doença e da subnutrição". A situação é agravada pela destruição do sistema de saúde; dos 11 hospitais que ainda funcionam parcialmente, apenas cinco têm unidades de cuidados intensivos neonatais, com incubadoras a funcionar a 200% da sua capacidade.

Além disso, as crianças representam cerca de metade das mais de 64.000 vítimas mortais do conflito, sendo "mortas ou mutiladas enquanto dormem, quase todas as noites".