A situação humanitária em Gaza atingiu um ponto catastrófico, com a declaração oficial de fome pela ONU e alertas severos da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a utilização da fome como arma de guerra. A crise afeta centenas de milhares de civis, com as crianças a serem as mais vulneráveis. Em agosto, as Nações Unidas declararam formalmente a fome na província de Gaza, um acontecimento sem precedentes no Médio Oriente, que reflete o colapso total do acesso a alimentos. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou a situação como uma “catástrofe causada pelo Homem” e um “crime de guerra que nunca poderá ser tolerado”, sublinhando que “as pessoas estão a morrer de fome enquanto a comida que poderia salvá-las permanece em camiões a uma curta distância”. Desde o início do conflito, pelo menos 370 pessoas morreram de fome, das quais cerca de 300 apenas nos últimos dois meses.
A UNICEF relata um cenário desolador, descrevendo a Cidade de Gaza como um local “onde a infância não pode sobreviver”, com crianças a perder a visão, o cabelo e a força para andar devido à subnutrição severa.
A porta-voz da UNICEF, Tess Ingran, afirmou que “o impensável não está iminente – já está a acontecer”.
A crise é agravada pela obstrução deliberada da ajuda humanitária por parte de Israel, que impede a entrada e distribuição de mantimentos essenciais, e pela destruição de infraestruturas de saúde, com mais de 700 doentes a morrerem à espera de evacuação médica.
Em resumoA fome em Gaza, oficialmente reconhecida pela ONU e qualificada como crime de guerra pela OMS, resulta diretamente do bloqueio à ajuda humanitária imposto por Israel. Esta crise tem consequências devastadoras e irreversíveis para a população, especialmente para as crianças, e representa uma das mais graves falhas humanitárias do conflito.