Esta medida gerou alarme internacional e uma forte condenação do Egito, que teme um deslocamento forçado em larga escala.

Através de publicações em árabe nas redes sociais, o porta-voz do exército israelita, Avichay Adraee, aconselhou os residentes a dirigirem-se “sem demora para a zona humanitária” de Al-Mawasi, na costa sul da Faixa de Gaza. Estas ordens foram emitidas no contexto da preparação para uma grande ofensiva terrestre e aérea sobre a cidade, onde a ONU estima que ainda resida cerca de um milhão de pessoas. O Hamas denunciou estas ações como uma tentativa de “destruir completamente a cidade de Gaza e impor o deslocamento forçado generalizado dos seus residentes, o que constitui um crime sem precedentes na história moderna”. A perspetiva de um êxodo massivo em direção à fronteira com o Egito provocou uma reação firme do Cairo. O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelati, declarou que o deslocamento de palestinianos é uma “linha vermelha” para os países árabes e que a passagem de Rafah “não será um passo para expulsar palestinianos do seu território”. A posição egípcia sublinha a crescente tensão regional e o receio de que a ofensiva israelita resulte numa crise de refugiados permanente, alterando a demografia da região de forma irreversível.