Em paralelo, cresce a pressão interna e internacional para o desarmamento do grupo xiita, com o governo libanês a anunciar um plano para restabelecer o monopólio estatal das armas.

Desde o cessar-fogo de novembro de 2024, que pôs fim a meses de guerra aberta, Israel tem realizado ataques quase diários no sul do Líbano, visando alegadas posições do Hezbollah.

Recentemente, estes ataques expandiram-se para o nordeste do país, perto da fronteira com a Síria, uma zona raramente atingida.

Um bombardeamento israelita matou cinco pessoas, quatro das quais alegados membros do Hezbollah, o que evidencia a contínua campanha militar de Israel para enfraquecer o grupo. Em resposta à pressão internacional, o governo libanês anunciou um plano de cinco fases para desarmar o Hezbollah.

A primeira fase prevê que “o desarmamento estará concluído a sul do Litani” num prazo de três meses. O ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Abdallah Bou Habib, sublinhou que até ao final de novembro “não haverá mais depósitos de armas, transferências de armas, combatentes ou presença armada” a sul do rio. No entanto, o Hezbollah, que faz parte do “eixo da resistência” apoiado pelo Irão, rejeita entregar as armas e acusa o governo de servir os interesses dos Estados Unidos e de Israel. O líder cristão Samir Geagea apelou ao Hezbollah para que entregue as suas armas, argumentando que estas “trouxeram destruição, ruína, êxodo e atraíram uma nova ocupação”.

A situação permanece volátil, com o Líbano a tentar navegar entre a pressão externa e as complexas dinâmicas de poder internas.