As famílias criticam a estratégia do governo israelita, temendo represálias contra os seus entes queridos e a diminuição das hipóteses de um acordo para a sua libertação. O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, que representa os familiares, expressou publicamente a sua angústia após as recentes escaladas. Num comunicado, a organização alertou: "Um profundo temor paira sobre o preço que os reféns poderão pagar". As famílias temem que as ações militares de Israel provoquem uma "vingança dirigida contra os reféns", que, segundo afirmam, "podem ser mortos a qualquer momento". Esta preocupação foi agravada pelo ataque em Doha, que, segundo o primeiro-ministro do Catar, "matou qualquer esperança" de libertar os reféns. As famílias têm organizado manifestações em vários pontos de Israel, incluindo em frente à residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Jerusalém, para assinalar os 700 dias desde o início da ofensiva e exigir uma mudança de estratégia. Num protesto em Kiryat Gat, Silvia Cunio, mãe de dois reféns, declarou que a sua família está a sofrer "por causa de uma política patética", apelando: "Já chega.

Acabem com a guerra, tragam-nos para casa".

Os familiares pedem ao governo que abandone a via militar como principal solução e regresse aos canais diplomáticos para alcançar um acordo integral que permita o regresso de todos os cativos, dos quais se estima que apenas 20 permaneçam vivos. A sua mensagem central é que o tempo se está a esgotar e que a ofensiva militar em Gaza põe em risco direto a vida dos seus entes queridos.