Enquanto o Hamas se mostra disposto a negociar com base numa proposta norte-americana, Israel mantém a sua posição de desmilitarização do grupo e controlo de segurança sobre o enclave.
O ataque aéreo que visou a delegação negocial do Hamas no Catar ocorreu num momento crítico, quando o grupo analisava uma nova proposta dos EUA para um acordo. O primeiro-ministro do Catar, Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani, afirmou que as negociações estavam "no bom caminho" antes do ataque, que, segundo ele, minou a confiança no processo. O Hamas, apesar do ataque, emitiu um comunicado afirmando a sua disposição para dialogar: "o Hamas acolhe qualquer passo que ajude os esforços feitos para parar a agressão contra o nosso povo e afirma que está disposto a sentar-se imediatamente à mesa das negociações". O grupo reitera que procura um acordo que garanta o fim permanente da guerra, a retirada total das tropas israelitas e a libertação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinianos. Por outro lado, o governo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu, rejeitou as propostas do Hamas e mantém as suas condições: a guerra continuará até que o Hamas seja desarmado, todos os reféns sejam devolvidos e Israel assuma o controlo total da segurança de Gaza. O próprio Presidente dos EUA, Donald Trump, instou o Hamas a aceitar as condições, afirmando: "Os israelitas aceitaram as minhas condições. É hora de o Hamas também as aceitar". O ataque direto aos negociadores é visto por muitos analistas como um sinal de que Israel pode estar a privilegiar uma solução militar em detrimento da via diplomática, complicando ainda mais os esforços dos mediadores para encontrar um terreno comum entre as posições-limite de ambas as partes.














