A ONU declarou oficialmente a fome na região, mas as agências humanitárias enfrentam enormes dificuldades para prestar auxílio devido à escalada militar.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelou dados preocupantes que demonstram a rápida deterioração da situação nutricional.
A percentagem de crianças diagnosticadas com subnutrição aguda aumentou de 8,3% em julho para 13,5% em agosto. Na Cidade de Gaza, a zona mais afetada, este valor subiu de 16% para 19% no mesmo período. Catherine Russell, diretora-executiva da UNICEF, destacou a gravidade da situação: "Em agosto, uma em cada cinco crianças na Cidade de Gaza foi diagnosticada com subnutrição aguda e necessitou do tratamento nutricional vital fornecido pelo UNICEF".
A crise é agravada pela escalada militar, que forçou o encerramento de cerca de uma dezena de centros nutricionais, deixando as crianças ainda mais vulneráveis. As autoridades de Gaza reportaram 411 mortes por fome e subnutrição, das quais 142 eram crianças.
Esta situação é o resultado direto do bloqueio imposto por Israel, que restringe severamente a entrada e distribuição de ajuda humanitária. Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, referiu-se à crise como uma "situação de fome e de morte a uma escala sem precedentes", questionando por que motivo a ajuda não chega a quem mais precisa.
A UNICEF apela a um novo cessar-fogo e ao acesso irrestrito para poder prevenir e tratar uma condição que, em circunstâncias normais, seria evitável.














