Esta posição surge em confronto direto com a crescente pressão internacional para a implementação da solução de dois Estados.
Num evento no colonato judaico de Maale Adumim, Netanyahu foi inequívoco na sua declaração: "Cumpriremos a nossa promessa: não haverá Estado palestiniano, este lugar pertence-nos". Esta afirmação foi proferida num contexto de intensificação da expansão dos colonatos, com a aprovação recente de 3.400 novas habitações na Cisjordânia, um projeto criticado pela ONU por ameaçar a viabilidade de um futuro Estado palestiniano. A posição de Netanyahu é reforçada por membros da extrema-direita do seu governo, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que defende abertamente a anexação da Cisjordânia.
Esta política de factos consumados colide diretamente com os esforços diplomáticos da comunidade internacional. A recente aprovação da "Declaração de Nova Iorque" na ONU, que fortalece a solução de dois Estados, e a intenção declarada por vários países, incluindo Portugal, Canadá, Austrália e Reino Unido, de reconhecerem o Estado da Palestina, demonstram um crescente isolamento da posição israelita. As declarações de Netanyahu sublinham a profunda divergência entre a visão do seu governo para a região e o consenso internacional, alimentando receios de que a colonização contínua torne a criação de um Estado palestiniano logisticamente inviável.













