Na semana passada, o exército israelita declarou toda a Cidade de Gaza como “zona de combate perigosa” e instou os seus residentes, estimados em pelo menos 650 mil pessoas, a deslocarem-se para uma nova “zona humanitária” perto de Khan Yunis, que já se encontrava saturada de deslocados.

Organizações como a Amnistia Internacional classificaram esta ordem como “cruel, ilegal e agrava ainda mais as condições genocidas”.

A diretora regional da organização, Heba Morayef, descreveu a situação como uma “repetição devastadora e desumana” da ordem de deslocação emitida em outubro de 2023.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também se mostrou “consternada”, afirmando que a área designada não possui os serviços necessários para acolher mais pessoas. O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, lamentou que Gaza se tenha tornado “um vasto campo de concentração para palestinianos famintos e desesperados”.

A situação alimentar é crítica, com a ONU a declarar formalmente a fome no norte de Gaza em agosto. O UNICEF reportou um “aumento alarmante” na subnutrição infantil, com 19% das crianças na Cidade de Gaza diagnosticadas com subnutrição aguda. Apesar das ordens de evacuação, o gabinete de imprensa das autoridades de Gaza afirma que mais de 1,2 milhões de palestinianos se recusam a abandonar o norte, citando a falta de condições básicas no sul e o regresso de milhares de pessoas às suas áreas de origem.