Esta nova estimativa, se confirmada, alteraria drasticamente a percepção da escala da tragédia humana no enclave.
Francesca Albanese, em conferência de imprensa, declarou que, embora o número oficial de mortos se situe em cerca de 65 mil, “na verdade, devemos começar a pensar em 680 mil, porque este é o número que alguns académicos e investigadores apontam como a verdadeira cifra de mortos em Gaza”. A relatora explicou que esta estimativa se baseia em cálculos de “meios científicos especializados e até investigadores israelitas”, que analisam o nível de destruição no território e o número de pessoas que aparentam ainda viver ali.
A implicação desta nova cifra é devastadora, especialmente para a população mais jovem.
“Se este número se confirmar, 380 mil serão crianças com menos de 5 anos”, sublinhou Albanese, pintando um quadro de mortalidade infantil de uma magnitude sem precedentes no conflito.
A verificação destes números é uma tarefa hercúlea.
Albanese comparou a situação à da Bósnia, afirmando que, face à intensidade dos bombardeamentos que destruíram praticamente toda a Faixa de Gaza, “levará anos a verificar o número verdadeiro de vítimas e a recuperar os restos mortais desta catástrofe”. A discrepância entre os números oficiais, já de si trágicos, e esta nova estimativa levanta sérias questões sobre a transparência e a capacidade de monitorização no terreno, ao mesmo tempo que alimenta o debate sobre a proporcionalidade da resposta militar israelita.














