Este episódio expõe as tensões na aliança EUA-Israel, equilibrando o apoio estratégico com a necessidade de evitar uma escalada regional mais ampla.

Numa declaração invulgarmente crítica, Donald Trump demarcou-se da decisão de Israel, escrevendo na sua rede social Truth que o ataque foi um “incidente lamentável” e que se sentia “muito desconfortável” com a situação.

O presidente norte-americano revelou ter contactado diretamente o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o emir do Qatar, a quem “garantiu que tal coisa não voltaria a acontecer”.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi ainda mais explícita, afirmando que bombardear unilateralmente o Qatar, um “aliado próximo”, não promovia “os objetivos de Israel ou dos Estados Unidos”.

A controvérsia aprofundou-se com a questão do aviso prévio: a Casa Branca afirmou ter notificado o Qatar, mas as autoridades de Doha negaram, dizendo que a chamada ocorreu enquanto as explosões já aconteciam.

Para mitigar os danos diplomáticos e reafirmar a força da aliança, o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, viajou para Israel para se encontrar com Netanyahu. A visita foi apresentada como uma prova da “durabilidade” das relações, demonstrando um esforço de Washington para gerir a crise, condenando a ação específica sem comprometer o apoio fundamental à segurança de Israel.

Este delicado equilíbrio reflete a crescente preocupação dos EUA com a estratégia de Netanyahu e o potencial de o conflito se alastrar.