A guerra em Gaza está a provocar um aumento significativo da tensão nas fronteiras de Israel com o Egito e a Jordânia, dois parceiros de paz históricos. O reforço militar egípcio no Sinai e o encerramento de passagens fronteiriças pela Jordânia refletem os receios de uma escalada regional e de uma desestabilização dos acordos existentes. O Egito confirmou um reforço militar no norte do Sinai, perto da fronteira com Gaza, afirmando que a "sangrenta guerra de extermínio" exige que as suas forças armadas estejam "preparadas e prontas". Embora o Cairo insista que a mobilização é coordenada e visa combater o terrorismo e o contrabando, meios de comunicação israelitas relatam preocupação com o aumento da presença de carros de combate e artilharia numa zona desmilitarizada pelos Acordos de Camp David.
O Egito reiterou a sua oposição categórica a qualquer deslocação da população de Gaza para o seu território, considerando-a uma "ameaça à segurança nacional" e uma "linha vermelha clara".
Entretanto, a Jordânia anunciou o encerramento por tempo indeterminado da passagem fronteiriça Allenby/Rei Hussein com a Cisjordânia, após um motorista jordano de um camião de ajuda humanitária ter matado a tiro dois soldados israelitas. O ataque levou Israel a suspender a entrada de ajuda proveniente da Jordânia, com o primeiro-ministro Netanyahu a afirmar que era "responsabilidade da Jordânia evitar o ataque".
Ambos os países, que desempenham papéis de mediação, enfrentam uma pressão crescente, com o Presidente egípcio a classificar pela primeira vez Israel como "inimigo" numa cimeira árabe.
Em resumoAs ações do Egito e da Jordânia demonstram os riscos de contágio do conflito, testando a resiliência dos tratados de paz e colocando estes países numa posição delicada entre as suas obrigações diplomáticas e a pressão das suas populações.