Esta ação coordenada, centrada numa conferência de alto nível na ONU, visa revitalizar a solução de dois Estados perante a escalada da violência e o impasse nas negociações.
A decisão, anunciada na véspera do Debate Geral da 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, foi impulsionada por uma conferência copresidida pela França e pela Arábia Saudita.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que "chegou o momento" para a França reconhecer a Palestina, um passo que descreveu como fundamental para preservar a paz.
A medida gerou reações fortes e díspares.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, apoiou a iniciativa, afirmando que o estatuto de Estado para os palestinianos "é um direito, não uma recompensa" e questionou qual seria a alternativa viável.
A Autoridade Palestiniana, através do seu presidente Mahmoud Abbas, aplaudiu a decisão como "um passo importante e necessário", enquanto o Hamas a considerou "uma vitória para os direitos do povo palestiniano". Os países árabes, liderados pela Arábia Saudita e pelo Qatar, saudaram a medida como um "apoio à paz" e um passo que "corrige um erro histórico".
Em forte contraste, o governo israelita reagiu com veemência.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o reconhecimento como "uma enorme recompensa ao terrorismo" e prometeu que "nenhum Estado palestiniano será criado a oeste do [rio] Jordão", anunciando ainda a expansão dos colonatos na Cisjordânia como resposta.
O embaixador de Israel em Lisboa, Dor Rozenblat, afirmou que a declaração portuguesa "prejudica qualquer perspetiva de paz e serve apenas para recompensar o terrorismo".












