A situação humanitária na Faixa de Gaza atingiu um ponto crítico, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a alertar para o colapso iminente do sistema de saúde e a UNICEF a reportar níveis alarmantes de subnutrição infantil. A ofensiva militar na Cidade de Gaza exacerbou a crise, forçando novas vagas de deslocamento em massa e tornando a entrega de ajuda praticamente impossível. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que "a incursão militar e as ordens de evacuação no norte de Gaza provocam novas vagas de deslocamentos", forçando "famílias traumatizadas a concentrar-se numa área cada vez mais reduzida, incompatível com a dignidade humana".
Os hospitais, já sobrecarregados, estão "à beira do colapso", com a violência a impedir o acesso e a entrega de mantimentos vitais.
O Ministério da Saúde de Gaza acusou Israel de bombardear o Hospital Al-Rantisi, o único hospital pediátrico especializado na cidade.
A crise alimentar é igualmente severa, com a ONU a ter declarado estado de fome em parte do enclave.
A UNICEF alertou que mais de 10.000 crianças na Cidade de Gaza sofrem de subnutrição aguda, uma situação que a porta-voz Tess Ingram descreveu como uma "ameaça mortal para os mais vulneráveis". Organizações como a Cáritas e os Médicos Sem Fronteiras (MSF) descreveram a situação como uma "sentença de morte", onde a população enfrenta uma escolha impossível: "fugir e arriscar a morte na estrada (...) ou permanecer e enfrentar bombardeamentos implacáveis".
Jacob Granger, dos MSF, sublinhou que não há lugar seguro em Gaza e que "o único obstáculo à entrada de ajuda humanitária em Gaza é o Governo israelita".
Em resumoA ofensiva militar em Gaza precipitou um colapso humanitário, caracterizado por deslocamentos forçados, fome declarada, subnutrição infantil aguda e a iminente falência do sistema de saúde. Organizações internacionais denunciam o bloqueio da ajuda e a falta de locais seguros, responsabilizando Israel pela catástrofe que se desenrola.