Uma comissão de inquérito independente mandatada pela Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu formalmente que Israel está a cometer genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza. O relatório acusa as autoridades e forças israelitas de perpetrarem atos com a "intenção de destruir" o povo palestiniano, uma alegação que gerou fortes reações internacionais e foi veementemente negada por Israel. O documento da comissão da ONU, divulgado a 17 de setembro de 2025, sustenta que Israel cometeu pelo menos quatro dos cinco atos descritos como genocidas na Convenção contra o Genocídio de 1948. As conclusões baseiam-se em evidências de "assassínios em massa, manutenção de um cerco asfixiante e fome sistemática, destruição generalizada de infraestruturas civis e ataques diretos a crianças e mulheres".
O relatório também aponta para declarações explícitas de autoridades israelitas como prova da intenção genocida. O governo palestiniano, sediado em Ramallah, saudou o relatório, afirmando que este "prova sem margem para dúvidas" que as ações de Israel se enquadram na classificação de genocídio e refletem "um nível de brutalidade sem precedentes". O Irão também ecoou esta acusação, afirmando que Israel comete genocídio com a "cumplicidade dos EUA".
Em resposta, mais de vinte organizações não-governamentais, incluindo a Save the Children, emitiram um comunicado conjunto exigindo "ação concreta" da comunidade internacional, argumentando que "medidas retóricas ou meias-medidas não são suficientes".
As autoridades israelitas negaram as acusações, que surgem num contexto em que a ofensiva militar no enclave já provocou mais de 65.000 mortos.
Em resumoA acusação formal de genocídio por uma comissão da ONU representa um marco significativo na avaliação jurídica e moral da conduta de Israel em Gaza. A conclusão, baseada na intenção de destruir o povo palestiniano, foi acolhida pela liderança palestiniana e por ONGs como um apelo à ação internacional, enquanto Israel rejeita categoricamente a acusação.