Estas reações refletem um realinhamento geopolítico e uma crescente crítica às ações de Israel e ao seu principal aliado, os Estados Unidos. A China manifestou a sua "firme oposição" às operações militares de Israel, com o porta-voz da diplomacia, Guo Jiakun, a declarar que "Gaza pertence ao povo palestiniano" e a instar os países com influência sobre Israel a "assumir com seriedade as suas responsabilidades".

Pequim reiterou a sua defesa da solução de dois Estados e a necessidade de "promover um cessar-fogo integral em Gaza". O Irão foi mais longe, acusando Israel de cometer "genocídio" com a "cumplicidade dos EUA", afirmando que a ordem para a ofensiva na Cidade de Gaza partiu do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. O Egito, um mediador histórico no conflito, adotou uma postura igualmente crítica, anunciando que acolherá uma conferência internacional para a reconstrução de Gaza assim que for alcançado um cessar-fogo. O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelatty, declarou que o seu país "não tolerará uma segunda 'Nakba'", referindo-se à deslocação forçada de palestinianos, e considerou esta possibilidade uma "linha vermelha clara".

O Egito também confirmou um reforço militar na península do Sinai, junto à fronteira com Gaza, para "defender a segurança nacional" perante a "sangrenta guerra de extermínio".