A situação humanitária na Faixa de Gaza deteriorou-se para um estado de catástrofe, marcado pela declaração oficial de fome pela ONU, o colapso iminente do sistema de saúde e a deslocação forçada de mais de um milhão de pessoas para o sul do enclave. Em agosto, as Nações Unidas declararam o estado de fome numa parte da Faixa de Gaza, uma situação agravada pelo bloqueio israelita à entrada de ajuda humanitária. Organizações humanitárias estimam que seriam necessários entre 500 a 600 camiões de ajuda por dia, mas a média permitida por Israel é de apenas 70.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que “a situação nos hospitais, já sobrecarregados, está no limite do colapso”.
A ofensiva na Cidade de Gaza forçou novas vagas de deslocamento, com as autoridades do Hamas a estimar que a zona de Al-Mawasi, no sul, alberga agora aproximadamente um milhão de pessoas numa área sem infraestruturas básicas como hospitais, água ou saneamento. A agravar a crise, um apagão generalizado dos serviços de internet e telemóvel deixou a população “completamente isolada”, dificultando o acesso a informação e o contacto com familiares.
Residentes descrevem uma fuga desesperada, com os custos de transporte para o sul a atingirem valores exorbitantes, enquanto fogem de bombardeamentos incessantes.
Em resumoA combinação de fome, colapso dos serviços essenciais, deslocação em massa e um apagão nas comunicações criou uma crise humanitária sem precedentes em Gaza, com a população encurralada numa situação que a ONU e outras organizações descrevem como insustentável e incompatível com a dignidade humana.