O presidente da Autoridade Palestiniana (AP), Mahmoud Abbas, demarcou-se firmemente do Hamas, afirmando que o movimento islamita não terá qualquer papel no futuro governo da Palestina e deve depor as armas, ao mesmo tempo que condenou os ataques de 7 de outubro de 2023. Numa intervenção por vídeo numa conferência na ONU, Abbas delineou a sua visão para o pós-guerra, insistindo que “o Hamas não terá qualquer papel no governo, o Hamas e outras fações devem entregar as suas armas à Autoridade Palestiniana”.
Esta declaração representa uma tentativa clara de posicionar a AP como a única entidade governativa legítima de um futuro Estado palestiniano. De forma significativa, Abbas acrescentou: “Condenamos igualmente os assassinatos e a detenção de civis, incluindo os atos do Hamas em 7 de outubro de 2023”, uma condenação que Israel há muito exigia.
O líder da AP comprometeu-se ainda a realizar eleições presidenciais “um ano após o fim da guerra”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina também saudou o reconhecimento de Portugal, descrevendo-o como um “passo corajoso” que promove a solução de dois Estados.
Esta posição contrasta com a do Hamas, que considerou os reconhecimentos internacionais uma “vitória” para a sua causa e para os direitos dos palestinianos.
Em resumoA Autoridade Palestiniana está a tentar consolidar a sua legitimidade internacional, distanciando-se do Hamas e apresentando um plano para a governação pós-conflito. Esta estratégia visa obter o apoio da comunidade internacional, mas aprofunda a divisão política interna com o movimento que controla Gaza.