No entanto, o Qatar, um dos principais mediadores, acusa Israel de minar as negociações, refletindo a complexidade e a desconfiança que marcam o processo. O Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que Israel e o Hamas estão "perto de chegar a algum tipo de acordo", sublinhando uma condição crucial para Washington: a libertação imediata e simultânea de todos os 48 reféns restantes. "Queremos todos de volta de uma só vez", declarou Trump, rejeitando libertações faseadas.

Esta posição otimista contrasta com a perspetiva do Qatar.

O emir Tamim bin Hamad al-Thani acusou Israel de ter anulado "unilateralmente" o último acordo, impedindo um cessar-fogo permanente. Segundo o líder qatari, o governo de Benjamin Netanyahu "anseia por continuar a guerra" para alcançar os seus próprios objetivos políticos, incluindo a expansão de colonatos e a criação de um "'Grande Israel'".

Esta divergência pública entre os mediadores expõe a fragilidade das conversações.

Enquanto os EUA projetam uma imagem de progresso, o Qatar aponta para a alegada intransigência israelita como o principal obstáculo, sugerindo que as declarações podem servir tanto para pressionar as partes como para gerir as narrativas públicas.

A situação é ainda mais pressionada pelos protestos em Israel, onde milhares de pessoas exigem que o governo chegue a um acordo para garantir o regresso dos reféns.