A ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza, iniciada em resposta ao ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, atingiu uma escala de devastação que levou peritos das Nações Unidas e organizações de direitos humanos a classificá-la como um genocídio. A escalada do conflito resultou num número de vítimas sem precedentes e na destruição generalizada de infraestruturas civis, incluindo o sistema de saúde do enclave. Desencadeada após o ataque do Hamas que causou cerca de 1.200 mortos em Israel e a captura de 251 reféns, a retaliação de Israel já provocou mais de 65.000 mortos palestinianos, entre os quais mais de 19.000 crianças, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados fiáveis pela ONU. Shawan Jabarin, diretor da organização de direitos humanos Al-Haq, descreve a situação como a concretização de um plano sionista de longa data para "expulsar os palestinianos da sua pátria", comparando a devastação atual à Nakba de 1948.
Segundo Jabarin, líderes israelitas como Benjamin Netanyahu estão a pôr em prática uma ideologia que visa dominar os árabes através da força.
A gravidade da situação levou o Tribunal Penal Internacional a procurar mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade. Ativistas no terreno relatam a destruição total do sistema de saúde, algo que, segundo Jabarin, não tem paralelo na história contemporânea, e afirmam que a intenção de Israel desde o início era conduzir uma guerra "não apenas contra o Hamas, mas contra um povo inteiro". Ele lamenta ter descoberto que para Israel "não há linhas vermelhas", numa guerra amplamente documentada e visível para todo o mundo.
Em resumoA resposta militar de Israel ao ataque do Hamas resultou numa crise humanitária catastrófica em Gaza, com um elevado número de mortos civis e a destruição de infraestruturas vitais. A situação levou a graves acusações de genocídio e a ações por parte do Tribunal Penal Internacional, refletindo a profunda preocupação da comunidade internacional.