Esta declaração, feita durante uma conferência na ONU, representa um passo significativo na clarificação do papel da AP num eventual cenário pós-guerra.

Numa intervenção por vídeo, após a administração norte-americana lhe ter recusado o visto, Abbas afirmou inequivocamente: "O Hamas não terá qualquer papel no governo, o Hamas e outras fações devem entregar as suas armas à Autoridade Palestiniana".

Esta exigência de desarmamento é um ponto crucial, alinhado com as preocupações de segurança de Israel e da comunidade internacional. Além disso, Abbas condenou "os assassinatos e a detenção de civis, incluindo os atos do Hamas em 7 de outubro de 2023", uma declaração há muito aguardada por Israel, que acusava a liderança palestiniana de não se demarcar dos ataques.

O líder da AP comprometeu-se ainda a realizar eleições presidenciais na Palestina "um ano após o fim da guerra" em Gaza, um processo democrático que não ocorre desde 2005 na Cisjordânia e 2006 em Gaza. Este plano para o futuro político da Palestina surge num momento em que a comunidade internacional debate a governação do enclave após o conflito, com a União Europeia a defender que Gaza deve ser governada por uma Autoridade Palestiniana revitalizada e não pelo Hamas.