Esta acusação, proferida pelo emir do Qatar durante a Assembleia-Geral da ONU, expõe a profunda frustração com o impasse nas negociações e a crescente desconfiança entre as partes.
O emir Tamim bin Hamad al-Thani afirmou que a mediação do seu país, em conjunto com o Egito e os Estados Unidos, tinha conseguido a libertação de alguns reféns, mas que "o último acordo foi anulado unilateralmente por Israel, impedindo a possibilidade de se chegar a um cessar-fogo permanente". Segundo Al-Thani, a liderança israelita, nomeadamente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, parece mais interessada em prolongar a guerra para alcançar os seus objetivos políticos, como a expansão dos colonatos e a criação do que chama de "Grande Israel", do que em garantir o regresso dos cativos. O emir qatari referiu-se ainda ao ataque israelita em Doha, a 9 de setembro, que visou a delegação do Hamas presente nas negociações, como um "ataque traiçoeiro" que confirma as intenções de Netanyahu de "mudar a face do Médio Oriente". Estas declarações pintam um quadro de negociações minadas pela falta de vontade política de Israel, que, na perspetiva do Qatar, utiliza o processo de mediação sem um compromisso genuíno com a paz, priorizando a continuação da ofensiva militar.













