As intervenções durante a 80.ª Assembleia-Geral refletiram uma condenação generalizada da ofensiva militar e um apelo uníssono pela solução de dois Estados. António Guterres foi particularmente incisivo, questionando a alternativa à solução de dois Estados: "Um cenário de um Estado onde os palestinianos são privados de direitos básicos?

(...) Como é possível no século XXI? Como é aceitável?

Isto não é paz nem justiça".

Guterres reiterou que nada pode justificar a "punição coletiva do povo palestiniano", a "dizimação sistemática de Gaza" ou a expansão de colonatos na Cisjordânia, que descreveu como uma "ameaça existencial" à paz. A sua posição foi ecoada por vários líderes, como o primeiro-ministro português, António Costa, que apelou à China para "contribuir para uma paz justa e duradoura na Ucrânia" e, implicitamente, para um maior envolvimento na resolução de conflitos globais como o de Gaza. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, por sua vez, advertiu para o perigo do regresso da "lei da selva" e criticou a "mentalidade da Guerra Fria", defendendo o multilateralismo. A viabilidade da solução de dois Estados foi descrita por Guterres como estando no seu "nível mais crítico em mais de uma geração", um sentimento partilhado por muitos dos presentes, que veem a continuação da ofensiva israelita como um obstáculo intransponível para a paz.