A desconfiança mútua entre as partes e as objeções a pontos-chave do acordo representam obstáculos significativos à sua implementação.
Dentro do Hamas, a resposta ao plano não foi unânime.
A ala militar, liderada por Izz al-Din al-Haddad, manifestou forte oposição, indicando aos mediadores que não concorda com a proposta. Al-Haddad acredita que “o plano foi elaborado para acabar com o Hamas, independentemente de o movimento islamita palestiniano o aceitar ou não”, e, por isso, está determinado a continuar a lutar.
Em contraste, a liderança política do Hamas no Qatar parece estar mais recetiva, mostrando-se aberta a aceitar o plano com alguns ajustes.
No entanto, a sua influência é considerada limitada, uma vez que não tem controlo direto sobre os 48 reféns ainda detidos em Gaza, dos quais se acredita que apenas 20 estejam vivos.
Um dos líderes do Hamas, Mohamed Nazzal, afirmou que o grupo “não aceita ameaças, ditames ou pressões”. A desconfiança em relação a Israel é um fator central, especialmente após a recente tentativa israelita de assassinar a liderança do Hamas em Doha, contra a vontade dos EUA.
A nível internacional, o Paquistão contestou o plano, afirmando que o documento final continha “algumas alterações no rascunho” que tinham apresentado inicialmente.
O maior entrave, contudo, pode vir do próprio governo israelita.
Apesar de Israel ter aceite oficialmente o plano, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu parece ter rejeitado publicamente vários dos seus termos, insistindo que os militares israelitas poderiam permanecer em partes de Gaza e que Israel “resistiria à força” a um Estado palestiniano, o que contradiz diretamente a proposta norte-americana de uma retirada completa.














