A situação é agravada pelo colapso quase total do sistema de saúde.

Segundo a OMS, “apenas 14 dos 36 hospitais funcionam parcialmente e nenhum está totalmente funcional”.

A infraestrutura de reabilitação foi igualmente dizimada, com menos de um terço dos serviços a continuarem ativos. A força de trabalho na área da saúde foi severamente atingida, com pelo menos 42 profissionais de reabilitação mortos até setembro de 2024 e uma carência crítica de especialistas, como os apenas oito técnicos de próteses disponíveis para o elevado número de amputados. O representante da OMS, Richard Peeperkorn, sublinhou que “o deslocamento forçado, a malnutrição, as doenças e a falta de produtos de apoio fazem com que as necessidades reais de reabilitação em Gaza sejam muito superiores”. Esta crise ocorre num contexto em que a ofensiva israelita já causou mais de 66.225 mortos e 168.938 feridos, segundo as autoridades locais.

Shawan Jabarin, diretor da organização de direitos humanos al-Haq, descreve a situação como um genocídio, afirmando que a guerra não é dirigida “apenas contra o Hamas, mas contra um povo inteiro”, com a destruição deliberada de todo o sistema de saúde.