O incidente destacou as tensões em torno do bloqueio a Gaza e mobilizou a opinião pública em países como a Malásia.

Israel iniciou a operação de interceção da flotilha na tarde de quarta-feira, anunciando a sua conclusão no dia seguinte. A operação resultou na detenção de 473 tripulantes, que foram posteriormente transferidos para a prisão de Saharonim, no deserto do Negueve.

A ação provocou uma forte reação na Malásia, onde cerca de cinco mil pessoas se manifestaram em frente à embaixada dos Estados Unidos em Kuala Lumpur, num protesto convocado pelo Conselho Consultivo de Organizações Islâmicas da Malásia (MAPIM).

Os manifestantes empunhavam bandeiras palestinianas e cartazes com a frase "Todos somos Global Sumud".

O primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, condenou veementemente a classificação dos ativistas como terroristas, afirmando: “Os voluntários [da flotilha] não trazem armas nem matam ninguém; levam comida, água e medicamentos [para Gaza].

Como é que lhes podem chamar terroristas?

É uma afirmação grosseira e ofensiva!”.

Durante o protesto, foi entregue a um representante diplomático norte-americano um memorando exigindo que Washington cesse o seu "apoio político, económico e militar" a Israel.

As críticas aos Estados Unidos surgem num momento delicado, com a visita do Presidente Donald Trump à região para a cimeira da ASEAN, o que já tinha gerado contestação em alguns setores da sociedade malaia.