A proposta, que visa um cessar-fogo e a reconstrução do enclave, tornou-se um ponto fulcral nas negociações diplomáticas. O plano, que foi aceite por Israel, estipula um cessar-fogo, a retirada gradual das tropas israelitas, o desarmamento do Hamas e a reconstrução de Gaza com apoio internacional, incluindo a criação de uma “Força Internacional de Estabilização temporária”.

A sua génese remonta a discussões com líderes do Paquistão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Turquia, Qatar, Egito e Jordânia.

Contudo, a sua implementação enfrenta sérios entraves.

O Paquistão contestou publicamente a versão final, com o seu ministro dos Negócios Estrangeiros a afirmar que o documento foi “substancialmente modificado” em relação ao rascunho inicial que apoiaram.

Esta divergência mina a base de consenso regional que a proposta procurava construir. Adicionalmente, a credibilidade do acordo é abalada pelas declarações do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que insiste na possibilidade de manter uma presença militar em Gaza e rejeita a criação de um Estado palestiniano, contradizendo os termos da proposta. A exigência de que o Hamas não tenha qualquer papel futuro no governo de Gaza é outro ponto de discórdia fundamental, especialmente para o próprio grupo.

Este multifacetado esforço diplomático evidencia as profundas complexidades e a desconfiança que dificultam qualquer tentativa de resolução, com os principais intervenientes a interpretar a proposta através do prisma dos seus próprios interesses estratégicos e queixas históricas.