A aceitação do plano de cessar-fogo proposto pelos EUA não é unânime dentro do Hamas, com relatos de uma profunda divisão entre a liderança política e a sua ala militar. A oposição do comandante militar em Gaza, Izz al-Din al-Haddad, representa um obstáculo significativo à implementação do acordo. De acordo com a estação BBC, Izz al-Din al-Haddad comunicou aos mediadores a sua oposição ao plano, por acreditar que este foi concebido "para acabar com o Hamas, independentemente de o movimento islamita palestiniano o aceitar ou não", mostrando-se determinado a continuar a lutar. Esta posição contrasta com a da liderança política do Hamas no Qatar, que se mostra mais aberta a aceitar o plano com alguns ajustes, embora a sua influência sobre os reféns e as operações no terreno seja limitada.
A desconfiança em relação a Israel é um fator central, exacerbada pela recente tentativa israelita de assassinar a liderança do Hamas em Doha. Adicionalmente, alguns dirigentes do Hamas opõem-se à ideia de uma "Força Internacional de Estabilização temporária" em Gaza, proposta no plano, por a considerarem uma "nova forma de ocupação".
Mohamed Nazzal, um dos líderes do Hamas, afirmou que o movimento "não aceita ameaças, ditames ou pressões" e que a sua resposta ao plano terá em conta os interesses palestinianos.
Em resumoA fratura entre as alas política e militar do Hamas lança sérias dúvidas sobre a viabilidade do acordo de cessar-fogo. A recusa da liderança militar em depor as armas pode sabotar o processo de paz, independentemente dos acordos celebrados pela liderança política no exílio.