Com a retirada das tropas israelitas prevista no acordo de paz, milhares de famílias palestinianas iniciaram o doloroso regresso às suas casas no norte da Faixa de Gaza, encontrando um cenário de devastação generalizada e um futuro incerto. As imagens e relatos descrevem um êxodo em sentido inverso, com milhares de famílias a percorrerem a pé ou em carroças puxadas por burros as estradas danificadas, como a Estrada de al-Rashid, que liga o sul ao norte de Gaza. Carregando os poucos pertences que conseguiram salvar após dois anos a viver em tendas e campos de refugiados, o regresso é marcado pela angústia e pela incerteza.
As palavras dos deslocados captam a dimensão da tragédia.
Maryam Abu Jabal afirmou: “Nós regressamos ao desconhecido, sem saber se as nossas casas ainda existem”.
Outro residente, Mohammed Sharaf, expressou um sentimento semelhante de desolação: “Tudo mudou.
Estamos a regressar a um desastre que não conseguimos compreender.
Pensávamos que íamos sair [de casa] por uns dias, e agora estamos de volta e encontramos nada.” Este regresso foi possível graças à retirada das forças israelitas, uma das condições da primeira fase do acordo de cessar-fogo. No entanto, o fim dos bombardeamentos deu lugar à dura realidade de uma paisagem urbana em ruínas, onde a reconstrução de vidas e lares será uma tarefa monumental.
Em resumoO regresso dos deslocados a Gaza é um dos rostos mais humanos do cessar-fogo. Embora represente o fim do perigo imediato, marca o início de um novo e longo desafio: o de reconstruir vidas, comunidades e esperança a partir dos escombros de um conflito devastador.