Este desenvolvimento levanta questões sobre o futuro da governação e da segurança no enclave, especialmente à luz dos planos que preveem o desarmamento do grupo.

Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, membros das forças de segurança do Hamas foram destacados para várias cidades, mercados e estradas.

A sua presença visível demonstra a intenção do grupo de reafirmar a sua autoridade no território.

No entanto, este regresso não tem sido isento de conflitos.

Foram relatados “intensos combates” no bairro de Shujaiya, na cidade de Gaza, opondo uma unidade afiliada ao Hamas a clãs e gangues armados, alguns dos quais alegadamente apoiados por Israel.

Uma fonte da segurança palestiniana em Gaza confirmou que a “Força de Dissuasão”, um novo organismo do Hamas, estava a realizar operações para “neutralizar indivíduos procurados” e “garantir a segurança e a estabilidade”. A mesma fonte deixou uma mensagem clara: “não haverá lugar para os fora-da-lei ou para aqueles que ameaçam a segurança dos cidadãos”.

Este ressurgimento do Hamas no terreno contrasta diretamente com os objetivos da segunda fase do plano de paz de Donald Trump, que prevê a exclusão do grupo da futura governação de Gaza e a destruição do seu arsenal. A reafirmação do controlo por parte do Hamas representa, assim, um desafio significativo à implementação a longo prazo do acordo e à visão de uma nova estrutura de poder no enclave.