Embora a justificação oficial tenha sido um feriado judaico, fontes diplomáticas apontam para a pressão de líderes regionais como o verdadeiro motivo.

Inicialmente, a presença de Netanyahu em Sharm el-Sheikh foi anunciada pela presidência egípcia e pela imprensa israelita, gerando a expectativa de um encontro histórico, possivelmente com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, que, segundo uma fonte diplomática, "estava pronto para o encontrar". No entanto, pouco depois, o gabinete de Netanyahu recuou, afirmando que não poderia comparecer "devido à festa judaica de Simchat Torá".

Esta justificação foi recebida com ceticismo.

Fontes diplomáticas turcas e iraquianas ofereceram uma narrativa alternativa, revelando uma intensa oposição à sua presença.

Um porta-voz do partido no poder na Turquia confirmou que o presidente Erdogan "nunca aceitaria estar no mesmo enquadramento fotográfico que Netanyahu".

De forma semelhante, o primeiro-ministro iraquiano ameaçou retirar-se da cimeira caso o líder israelita comparecesse.

Este episódio expôs as profundas fraturas e a desconfiança que persistem na região, mesmo num momento de aparente avanço diplomático.

A ausência de Netanyahu, independentemente do motivo real, destacou a dificuldade em reunir todos os atores-chave à mesma mesa e a fragilidade das alianças regionais.