As negociações para esta etapa crucial já terão começado, mas o caminho a percorrer é incerto.

Esta segunda fase lida com as questões estruturais que alimentam o conflito há décadas.

A reconstrução de Gaza, um território com infraestruturas quase totalmente destruídas, exigirá um esforço financeiro e logístico internacional massivo, que será tema de uma futura conferência no Egito.

No entanto, o ponto mais contencioso é o futuro do Hamas.

O plano de paz prevê o desarmamento do grupo, oferecendo amnistia aos membros que entregarem as armas e o exílio para os restantes.

Esta proposta foi recebida com ceticismo, tendo um alto responsável do Hamas classificado a ideia do exílio como "absurda".

A questão da governação é igualmente complexa.

O plano estipula a exclusão do Hamas da futura administração de Gaza, embora o próprio grupo tenha manifestado não ter interesse em permanecer no poder.

A criação de uma administração alternativa, possivelmente uma entidade internacional transitória ou um regresso da Autoridade Palestiniana, enfrenta enormes obstáculos políticos e de segurança. O ressurgimento de forças de segurança do Hamas nas ruas de Gaza, e os confrontos com clãs rivais, já sinalizam as dificuldades em estabelecer uma nova ordem no território.

O sucesso desta fase determinará se o cessar-fogo evoluirá para uma paz sustentável ou se será apenas uma pausa temporária no conflito.