A consolidação do cessar-fogo é vista como uma oportunidade crucial para responder às necessidades prementes da população e iniciar o longo caminho da reconstrução.

O conflito, que se seguiu ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, resultou em mais de 68.000 mortos em Gaza e na destruição de quase todas as infraestruturas do território, forçando a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, descreveu a situação como a pior experiência da sua carreira, lamentando o “tamanho desprezo e descarada indiferença pelo valor da vida humana”.

Com a aproximação do inverno, a situação agrava-se. “As pessoas estão muito preocupadas porque o inverno aproxima-se, vai estar muito frio e não têm onde se abrigar”, referiu Lazzarini, destacando a “corrida contra o tempo para encontrar alimentos e garantir acesso a cuidados médicos primários”.

A ONU e a Cruz Vermelha apelaram à abertura de todos os postos de passagem para permitir a entrada de mais ajuda humanitária.

O diretor do Hospital al-Shifa, em Gaza, sublinhou a necessidade urgente de tratamentos oncológicos e incubadoras. A reconstrução do enclave é um dos pilares da segunda fase do acordo de paz e será tema de uma cimeira no Egito. No entanto, o impacto da guerra será “duradouro e traumático”, exigindo um “compromisso a longo prazo da comunidade internacional” para restaurar não apenas as infraestruturas, mas também a esperança da população.