Estes desenvolvimentos sublinham a extrema fragilidade do acordo e ameaçam o progresso alcançado.

No domingo, o exército israelita lançou uma série de ataques aéreos contra as zonas de Khan Yunis e Rafah, no sul de Gaza, alegando responder a uma “flagrante violação do acordo de cessar-fogo” por parte do Hamas. As autoridades de Israel afirmaram que os ataques foram uma resposta a disparos provenientes do enclave, uma acusação que o movimento islamista nega.

A Defesa Civil de Gaza reportou a morte de pelo menos 15 pessoas em todo o território, incluindo civis atingidos em Al-Zawaida e uma mulher e duas crianças em tendas de deslocados perto de Khan Yunis. Em consequência direta desta escalada, o governo israelita suspendeu “até novo aviso” o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, agravando a já precária situação da população. A tensão já era palpável, com o Departamento de Estado norte-americano a alertar previamente para “relatos credíveis” de que o Hamas planeava “uma violação iminente” da trégua. Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, apelou à comunidade internacional para não dar o cessar-fogo como um dado adquirido, afirmando que “cada dia é uma prova” e que já houve muitas ocasiões em que o acordo poderia ter colapsado. A sua agência denunciou ainda o bombardeamento de uma das suas escolas, que servia de abrigo, já durante a vigência da trégua.