Organismos internacionais como a OMS e a UNRWA descrevem um cenário de fome, destruição e um "desprezo descarado" pela vida humana.

Os dados da ONU revelam uma disparidade alarmante entre as metas e a realidade.

O plano de paz previa a entrada diária de 600 camiões de ajuda, mas, entre 10 e 21 de outubro, a média foi de apenas 94 camiões por dia.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que "a ajuda humanitária que entra no território palestiniano é insuficiente" e que "a situação continua catastrófica", com níveis de fome e desnutrição inalterados. O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, reforçou esta visão, descrevendo a crise como a pior da sua carreira e afirmando que "todas as linhas vermelhas possíveis foram ultrapassadas".

Lazzarini denunciou um "desprezo e descarada indiferença pelo valor da vida humana", sublinhando o custo devastador para a sua agência, com 370 funcionários mortos e mais de 800 pessoas mortas em incidentes que afetaram 300 das suas instalações.

Para a população, a situação é uma "corrida contra o tempo para encontrar alimentos e garantir acesso a cuidados médicos primários, mas também para encontrar um refúgio adequado" antes da chegada do inverno.

A pressão internacional para que Israel cumpra as suas obrigações de facilitar a ajuda, conforme determinado pelo Tribunal Internacional de Justiça, continua a aumentar.