Em contraste, outros atores internacionais procuram reafirmar a primazia do direito internacional, recorrendo a pareceres do Tribunal Internacional de Justiça para pressionar Israel a cumprir as suas obrigações humanitárias. O Presidente do Brasil, Lula da Silva, foi uma das vozes mais críticas, declarando que as instituições multilaterais criadas para impedir conflitos, como o Conselho de Segurança da ONU, "deixaram de funcionar".
Esta perceção de paralisia contrasta com os esforços para utilizar os mecanismos do direito internacional. A Noruega, por exemplo, anunciou que iria apresentar uma resolução na ONU para apoiar um parecer consultivo do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
A mais alta instância judicial da ONU deliberou que Israel, como "potência ocupante", tem a obrigação de facilitar a entrega de ajuda humanitária em Gaza.
O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, ecoou esta preocupação, afirmando que no conflito "todas as linhas vermelhas possíveis foram ultrapassadas", o que "minou o direito internacional". Lazzarini denunciou ainda que mais de 800 pessoas, incluindo funcionários da ONU e civis, morreram em ataques que afetaram instalações da agência, e que a própria UNRWA tem sido alvo de uma "intensa campanha de desinformação".
Esta dualidade entre a frustração com a inação política do Conselho de Segurança e a aposta em instrumentos jurídicos internacionais define o debate sobre o papel da comunidade global perante a crise.














