A comunidade internacional, com os Estados Unidos, Turquia, Qatar e Egito em destaque, desempenha um papel crucial de mediação no conflito de Gaza, embora com resultados mistos e enfrentando acusações de parcialidade. A mediação do Presidente dos EUA, Donald Trump, no acordo de cessar-fogo foi reconhecida internacionalmente, mas o Hamas acusa agora Washington de cumplicidade com Israel. O acordo de cessar-fogo, em vigor desde 10 de outubro, foi impulsionado pelos Estados Unidos e negociado com a mediação de outros países como o Egito, Qatar e Turquia. O papel de Donald Trump foi de tal forma destacado que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, propôs a sua nomeação para o Prémio Nobel da Paz de 2026, em reconhecimento da sua mediação em diversos conflitos, incluindo o recente acordo na Faixa de Gaza.
No entanto, esta perceção positiva não é unânime.
O Hamas acusa a administração norte-americana de ter uma “posição tendenciosa” e de ser cúmplice “no derramamento de sangue de crianças e mulheres palestinianas”. O movimento palestiniano afirma que a cumplicidade dos EUA oferece a Israel uma “cobertura política” para continuar os seus crimes e minar o próprio plano de Trump para o futuro de Gaza. A Turquia, que se considera uma das “arquitetas do cessar-fogo”, também enfrenta obstáculos, com a sua equipa de resgate impedida por Israel de entrar em Gaza e com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a opor-se ao envio de forças turcas para o território.
Perante a nova escalada, o Hamas apelou aos mediadores para que “assumam todas as suas responsabilidades” e exerçam pressão sobre Israel para cumprir o acordo.
Em resumoA diplomacia internacional, liderada pelos EUA e por potências regionais como a Turquia, Qatar e Egito, é central na gestão do conflito de Gaza, tendo intermediado o recente cessar-fogo. Contudo, esta mediação está repleta de desafios, como evidenciado pelas acusações de parcialidade dos EUA por parte do Hamas e pela relutância de Israel em cooperar plenamente com parceiros como a Turquia, demonstrando a dificuldade em navegar as profundas tensões políticas para alcançar uma paz estável e duradoura.