O acordo de cessar-fogo em vigor, mediado por potências internacionais, estabeleceu uma primeira fase focada em trocas humanitárias, mas enfrenta desafios significativos para avançar para uma segunda fase que aborde o desarmamento do Hamas e a reconstrução de Gaza. A primeira etapa do acordo, impulsionado pelos Estados Unidos, inclui a restituição de reféns (vivos e mortos) em troca de prisioneiros palestinianos, a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária. Até ao momento, foram devolvidos 20 reféns vivos e mais de 21 corpos, em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos.
No entanto, a trégua tem sido frágil.
Foi ameaçada a 28 de outubro de 2025, quando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou o bombardeamento do enclave após dois incidentes com o Hamas, incluindo a entrega de restos mortais que não correspondiam a um refém desaparecido. A segunda fase do acordo, ainda por negociar, é consideravelmente mais complexa, prevendo a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, a reconstrução e a futura governação de Gaza. A desconfiança mútua, as acusações de atrasos deliberados por parte de Israel e a relutância do Hamas em discutir o desarmamento representam obstáculos formidáveis para uma paz duradoura.
Em resumoO cessar-fogo em Gaza, estruturado em duas fases, logrou sucesso inicial na troca de reféns e prisioneiros, mas a sua sustentabilidade é ameaçada pela desconfiança e por incidentes no terreno. A transição para uma segunda fase, que aborda questões cruciais como o desarmamento e a governação, permanece incerta e altamente desafiadora.