Os relatórios do Ministério da Saúde de Gaza, considerados geralmente fiáveis por especialistas independentes, detalham um cenário catastrófico.

O número de mortos ultrapassou os 69.100, dos quais mais de 20.000 são crianças. O número de feridos ascende a mais de 170.690, muitos com lesões permanentes e amputações.

A situação é agravada pela contínua descoberta de corpos sob os escombros das infraestruturas destruídas.

Durante o cessar-fogo, foram recuperados mais de 528 cadáveres, e estima-se que milhares continuem soterrados.

A organização Save the Children corrobora a gravidade da situação, afirmando que, em 2024, uma em cada três crianças mortas ou mutiladas em zonas de conflito a nível mundial era palestiniana.

A guerra foi desencadeada após o ataque do Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e na captura de 251 reféns. A retaliação de Israel resultou numa destruição em larga escala e numa crise humanitária sem precedentes no enclave, com centenas de milhares de pessoas deslocadas e um sistema de saúde em colapso. O processo de identificação dos corpos recuperados é dificultado pelo bloqueio israelita, que impede a entrada de recursos adequados para a realização de autópsias, obrigando as famílias a identificar diretamente os seus entes queridos.