O país condiciona a sua participação em futuras forças de paz a um plano claro e bem definido. Desde o início da guerra, os EAU destacaram-se como um dos principais doadores humanitários, tendo fornecido 2,57 mil milhões de dólares em ajuda à Faixa de Gaza. O conselheiro presidencial Anwar Gargash reafirmou que o país "permanecerá na linha de frente em termos de ajuda humanitária" e apoiará "todos os esforços políticos em prol da paz".

Esta abordagem humanitária coexiste com uma posição pragmática em relação à segurança pós-guerra.

Gargash declarou que os EAU provavelmente não participarão numa força de estabilização em Gaza porque "ainda não veem um quadro claro" para a sua implementação. Esta hesitação reflete a preocupação do país em envolver-se numa missão sem um mandato claro, objetivos definidos e um consenso internacional robusto.

Sendo um dos poucos países árabes a ter normalizado as relações com Israel através dos Acordos de Abraão de 2020, os EAU navegam numa posição diplomática delicada, procurando equilibrar a sua aliança com o Ocidente, as suas responsabilidades para com o mundo árabe e a sua relação com Israel. A sua postura indica que, embora estejam dispostos a financiar a reconstrução e a ajuda, não comprometerão as suas forças militares sem garantias de uma estratégia viável e sustentável para a paz.