No entanto, a sua proximidade com o Hamas gera desconfiança por parte de Israel, complicando as suas ambições.

Ancara tem intensificado os seus contactos diplomáticos, acolhendo uma reunião de sete países muçulmanos para discutir o futuro de Gaza e recebendo uma delegação do gabinete político do Hamas. O Presidente Recep Tayyip Erdogan tem sido um crítico vocal de Israel, acusando o governo de Netanyahu de ter um historial "extremamente mau" no cumprimento de acordos, ao mesmo tempo que afirma que "o Hamas parece determinado" a respeitar o cessar-fogo.

A Turquia manifestou publicamente o seu interesse em participar na força de estabilização internacional proposta para Gaza. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, sugeriu que a Turquia gostaria de fazer parte dessa força, mas reconheceu a necessidade de um consenso e de uma aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Contudo, esta ambição enfrenta forte oposição de Israel.

Os dirigentes israelitas manifestaram repetidamente a sua recusa em ver a Turquia participar, considerando Ancara demasiado próxima do Hamas e, por isso, não imparcial.

Esta desconfiança é um obstáculo significativo, limitando a capacidade da Turquia de traduzir a sua influência diplomática num papel de segurança no terreno.