Durante o cessar-fogo, centenas de cadáveres foram recuperados, muitos dos quais aguardam identificação, num processo dificultado pelo bloqueio israelita.

Com a pausa nos combates, as equipas de resgate e as famílias iniciaram a sombria tarefa de procurar desaparecidos entre as ruínas.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, durante o cessar-fogo foram recuperados 528 cadáveres, embora se estime que milhares mais permaneçam soterrados.

Esta operação expõe a devastação generalizada, com uma "Gaza irreconhecível".

O processo de identificação é um desafio adicional.

Devido ao bloqueio israelita que restringe a entrada de suprimentos e recursos adequados, as autópsias são difíceis de realizar, forçando as famílias a identificar diretamente os corpos dos seus entes queridos. A situação é agravada pela devolução de corpos por parte de Israel. Num caso, dos 300 corpos de palestinianos devolvidos, apenas 89 foram identificados, com alegações de que muitos dos cadáveres apresentavam "sinais de humilhação e tortura". Este esforço de recuperação não só aumenta o balanço oficial de vítimas, mas também aprofunda o trauma da população, que enfrenta a perda em condições extremamente adversas, sem os meios necessários para garantir um processo de luto digno para os seus mortos.