O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas israelitas solicitou a criação de uma comissão nacional de inquérito para investigar as falhas que permitiram o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, um apelo que encontra resistência por parte do governo de Benjamin Netanyahu. O tenente-general Eyal Zamir fez o pedido após a publicação de um relatório interno do exército sobre as falhas que conduziram ao ataque mais mortífero da história de Israel, que resultou na morte de 1.221 pessoas. Segundo Zamir, para garantir que "tais falhas nunca mais se repitam", é necessária "uma investigação sistémica ampla e completa".
A criação de uma comissão nacional de inquérito, que teria o poder de apurar responsabilidades ao mais alto nível político e militar, é apoiada por uma larga maioria da população israelita, de acordo com sondagens.
No entanto, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o seu governo opõem-se à medida.
Netanyahu reiterou perante os deputados a sua oposição, argumentando que uma tal comissão seria uma "ferramenta política" usada pelos seus adversários. Em alternativa, sugeriu uma comissão de inquérito baseada no modelo que os Estados Unidos seguiram após os ataques de 11 de setembro, uma proposta prontamente rejeitada pela oposição. A recusa do governo em avançar com uma comissão nacional de inquérito, cuja nomeação dos membros compete ao Supremo Tribunal, ocorre num contexto de tensão entre o executivo e o poder judicial, que o governo acusa de ser politicamente tendencioso.
Em resumoO debate sobre a criação de uma comissão de inquérito ao 7 de outubro expõe uma profunda divisão em Israel, opondo a liderança militar e a opinião pública, que exigem responsabilização, a um governo que teme as implicações políticas de uma investigação independente.