Este acordo, impulsionado pelos Estados Unidos, visa não só a interrupção das hostilidades, mas também a abordagem de questões humanitárias e políticas de longo prazo. O plano de paz multifásico, mediado pelos Estados Unidos, Egito e Qatar, estabeleceu uma trégua após dois anos de guerra devastadora.

A primeira fase, atualmente em curso, envolve a retirada parcial das forças israelitas para a denominada "linha amarela", a troca de reféns detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinianos e, crucialmente, o aumento do acesso da ajuda humanitária ao enclave.

Esta etapa inicial foi concebida para criar um ambiente de confiança e aliviar o sofrimento imediato da população civil.

No entanto, a sua aplicação tem sido frágil, com relatos de quebra do cessar-fogo, como o bombardeamento israelita de 28 de outubro, que ameaçou a estabilidade do acordo.

A segunda etapa do plano, ainda por acordar, é consideravelmente mais ambiciosa e politicamente sensível.

Prevê a continuação da retirada israelita, a desmilitarização do Hamas, a reconstrução do território e a discussão sobre a futura governação do enclave, que inclui a possível constituição de uma força internacional de estabilização.

A complexidade destas negociações é evidente, envolvendo não só Israel e as fações palestinianas, mas também atores regionais e globais, como demonstra a conversa telefónica entre o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, na qual o acordo foi um dos temas centrais.