O governo israelita aprovou a criação de uma comissão para investigar as falhas de segurança e inteligência que permitiram os ataques do Hamas a 7 de outubro de 2023, mas a sua estrutura gerou imediatamente forte controvérsia e acusações de manipulação política. A decisão de Netanyahu afasta a criação de uma comissão de inquérito estatal independente, que seria nomeada pelo Supremo Tribunal, optando antes por um painel ministerial especial com poderes para determinar o mandato e os limites da investigação. De acordo com a resolução, este painel terá 45 dias para apresentar as suas recomendações.
A medida foi duramente criticada pela oposição.
O ex-primeiro-ministro Yair Lapid acusou o governo de "fazer tudo o que é possível para escapar à verdade e de se esquivar à sua responsabilidade", argumentando que o país necessita de uma comissão estatal com amplo consenso público.
Yair Golan, líder do partido Os Democratas, reforçou a crítica, afirmando que "quem está a ser investigado não nomeia os seus próprios investigadores".
A recusa de Netanyahu em aceitar uma investigação independente tem sido justificada com o argumento de que poderia afetar o curso da guerra, uma justificação que os opositores consideram inválida desde a entrada em vigor da trégua. A investigação surge em resposta a uma intensa pressão pública e a manifestações que exigem responsabilidades pelo fracasso histórico que desencadeou a guerra em Gaza e resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e no rapto de 251.
Em resumoA decisão do governo israelita de criar uma comissão ministerial, em vez de um inquérito estatal independente, para investigar as falhas de 7 de outubro, foi recebida com fortes críticas da oposição, que a considera uma tentativa de controlar a narrativa e evitar responsabilidades políticas.