Ambas as partes, Israel e Hamas, trocam acusações sobre a violação da trégua, aumentando a incerteza sobre a sustentabilidade do acordo.

O ataque recente na zona de Bani Suhaila, a leste de Khan Yunis, que segundo a Defesa Civil local resultou em três mortos e 15 feridos, evidencia a precariedade do acordo.

Este incidente serve como um microcosmo da desconfiança mútua que persiste.

O exército israelita declarou estar a investigar o ocorrido, uma resposta que pouco contribui para acalmar as tensões no terreno. A continuação do fogo de artilharia, mesmo após a cessação dos ataques aéreos, como reportado por uma fonte do Ministério do Interior de Gaza, indica uma postura militar agressiva e uma prontidão para reengajar, o que mina a confiança necessária para avançar com o plano de paz. Este plano, proposto pelos Estados Unidos e apoiado pela ONU, depende criticamente da manutenção da calma para permitir a troca de reféns e prisioneiros, a retirada das tropas e a entrada de ajuda humanitária. Cada violação, real ou percebida, não só ameaça vidas inocentes, mas também serve de pretexto para a outra parte retaliar, arriscando um regresso à guerra em larga escala que já ceifou mais de 69 mil vidas desde o seu início em 7 de outubro de 2023.

A comunidade internacional, que mediou o acordo, enfrenta o desafio de monitorizar e garantir o cumprimento por ambas as partes, numa região onde a paz permanece extremamente frágil.