A dinâmica entre as potências globais, nomeadamente os EUA e a Rússia, evidencia as complexidades geopolíticas que rodeiam a busca por uma solução duradoura.

A resolução adotada na segunda-feira apoia o plano de paz de Washington, que inclui um cessar-fogo, a troca de reféns por prisioneiros e, crucialmente, o estabelecimento de uma Força Internacional de Estabilização em Gaza. Esta aprovação representa um raro momento de consenso (ainda que com abstenções) sobre um caminho a seguir.

No entanto, a abstenção da Rússia é significativa.

Uma analista citada num dos artigos acredita que Moscovo "queria impor uma alternativa" ao plano norte-americano, numa tentativa de "contrariar um regresso da influência norte-americana à região do Médio Oriente". O Conselho de Segurança está também a debater a questão mais ampla da criação de um Estado Palestiniano, um pilar central do plano de 20 pontos do Presidente dos EUA, Donald Trump.

A potencial aprovação de uma resolução nesse sentido é vista com alarme pela extrema-direita israelita, que ameaça com retaliações.

O Conselho de Segurança serve, assim, não apenas como um fórum para a legitimação de planos de paz, mas também como uma arena onde as rivalidades entre grandes potências e as pressões de atores regionais são jogadas, determinando os contornos de qualquer acordo futuro.