A contínua violência lança sérias dúvidas sobre a sustentabilidade do acordo e a possibilidade de uma paz duradoura na região. A fragilidade do acordo, que entrou em vigor a 10 de outubro, é evidenciada pelas constantes acusações de parte a parte e pela continuação das hostilidades. As Forças de Defesa de Israel (FDI) justificam as suas operações como respostas a provocações do Hamas, como o ataque a soldados israelitas ou a emergência de militantes de túneis. Um incidente notável foi a eliminação de cinco membros do Hamas em Rafah, a leste da “Linha Amarela”, uma demarcação que delimita a zona de controlo militar israelita dentro de Gaza. Estes ataques não são isolados; bombardeamentos em Khan Yunis e noutras áreas resultaram na morte de centenas de habitantes de Gaza desde o início da trégua, com fontes do Ministério da Saúde de Gaza a reportarem mais de 318 fatalidades. A persistência do conflito, apesar de um acordo formal, sublinha a profunda desconfiança entre as partes e a ausência de um mecanismo eficaz de fiscalização.

A situação sugere que o cessar-fogo é mais uma pausa tática do que um passo genuíno em direção à resolução do conflito, com ambos os lados a permanecerem em alerta máximo e prontos para retomar as hostilidades em larga escala a qualquer momento.

A comunidade internacional enfrenta, assim, um desafio monumental para converter esta trégua precária numa paz estável.