Enquanto a atenção mundial se concentra em Gaza, a Cisjordânia tornou-se um barril de pólvora.
Dados das Nações Unidas indicam que mais de 1.000 palestinianos foram mortos no território desde o início da guerra, em ações atribuídas tanto às forças de segurança israelitas como a colonos radicais. O mês de outubro registou o maior número de ataques de colonos em quase duas décadas, coincidindo com a colheita da azeitona, um período tradicionalmente tenso. A situação é tão grave que o comandante do exército israelita, Eyal Zamir, alertou internamente que estes “anarquistas poderiam incendiar a área num instante”, forçando um desvio de tropas das frentes principais do Líbano e de Gaza.
Esta preocupação estratégica reflete o risco de a violência na Cisjordânia se transformar numa terceira frente de conflito. Apesar de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter prometido “medidas enérgicas” contra os colonos violentos, organizações de direitos humanos como a Yesh Din apontam para um historial de impunidade, com quase 94% das investigações sobre violência de colonos a serem encerradas sem acusações formais.













