A sociedade e as forças armadas israelitas enfrentam uma profunda crise de confiança e responsabilidade na sequência das falhas de segurança de 7 de outubro de 2023. A demissão de generais de topo e os protestos em massa por uma investigação independente refletem a convulsão interna do país. O ataque do Hamas representou um fracasso histórico para os serviços de segurança e informação de Israel, levando a uma onda de responsabilização interna. Vários generais que ocupavam posições-chave a 7 de outubro foram afastados, incluindo o major-general Aharon Haliva, então chefe dos serviços de informação militar, que foi o primeiro oficial a demitir-se em 2024, assumindo a sua responsabilidade pela tragédia.
A par da crise militar, a frente política está sob imensa pressão.
Milhares de israelitas têm-se manifestado em cidades como Telavive, exigindo a criação de uma comissão de inquérito estatal e independente, supervisionada pelo poder judicial, para investigar as falhas que permitiram o ataque. No entanto, o governo de Benjamin Netanyahu optou por criar uma comissão liderada pelo executivo, uma decisão que os críticos consideram insuficiente e politicamente controlada. O primeiro-ministro tem recusado uma estrutura independente, alegando que poderia afetar o curso da guerra, um argumento que os opositores consideram inválido com a trégua em vigor.
A exigência por uma investigação transparente une a oposição, grupos anticorrupção e veteranos do exército, que veem na medida uma necessidade vital para restaurar a confiança no Estado.
Em resumoA procura por responsabilização pelas falhas de 7 de outubro está a gerar uma significativa tensão política e social em Israel, opondo as exigências da sociedade civil por uma investigação independente à abordagem do governo de Netanyahu.